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Todos nós já ouvimos falar da história onde Jesus vai até Samaria para conversar com uma mulher, e depois dessa conversa, que se deu à beira de um poço nos arredores da cidade, essa mulher retorna e conta a todos os samaritanos como ela tinha conhecido O Cristo, e como sua vida foi transformada após esse encontro. E após verem e ouvirem sobre tudo o que ela contou, muitos samaritanos creem que Jesus é realmente o tão aguardado Messias que veio salvá-los. (João 4:1-42)
No versículo 4 podemos ler que era necessário que Jesus passasse por Samaria para ir até a Galileia. No entanto, os judeus não passavam por Samaria, mas faziam uma grande volta, contornando o rio Jordão, para chegarem a Cafarnaum. No versículo 9 temos uma breve explicação de porque isso acontecia: os judeus não se davam bem com os samaritanos.
A história começa em 930 a.C., aproximadamente, quando Israel foi dividida em dois reinos, após a morte de Salomão. Ao norte, ficou estabelecido o reino de Israel, com a maior parte das tribos de Israel, e ao sul, o reino de Judá, formado principalmente pela tribo de Judá e Benjamim. A divisão em dois reinos se deu por um conflito de interesses entre o rei e a população, que não aceitava a forma dura como o descendente de Davi passou a liderar. A história completa pode ser acompanhada em I Reis 11:26 – 12:33. Então a tribo de Judá, que ocupava a parte sul do território antes conhecido como “terra prometida”, decidiu permanecer sobre o reinado daquele rei, e com isso, fiel à dinastia de Davi, mas o restante das tribos de Israel, decidiu estabelecer seu próprio rei (sem que Deus tivesse ordenado tal coisa). Com isso, Israel se fragmentou e se estabeleceram dois reinos: o reino do norte e o reino do sul.
No entanto, desde o início, o rei de Israel, ao norte, sabendo que a população precisava ir até o templo de Jerusalém (reino do sul) para adorar a Deus, ficou com medo de que, com o tempo, acabassem se rebelando contra ele. Então o rei decidiu estabelecer altares idólatras dentro do reino, de forma que a parte norte (representado por sua capital, Samaria) ficou conhecida por essa “mistura” profana entre o sagrado e o pagão.
Na época de Jesus, Samaria ainda era uma localidade muito mal vista pelos judeus, por conta de todo esse passado histórico, de maneira que eles não passavam pelo local para não se “contaminarem” com a idolatria. No entanto, Jesus precisava passar por Samaria. Talvez pudéssemos pensar “mas ele não poderia dar a volta e chegar até Cafarnaum contornando o rio Jordão, como tantos judeus faziam?”. Bem, talvez o que Jesus precisava fazer estava profundamente ligado ao fato de que Ele só poderia fazer em Samaria, de maneira que passar por fora da cidade o tiraria de seu objetivo.
Quando Jesus chega à cidade, se estabelece em um poço de água, enquanto seus discípulos saem para comprar comida. Nisso, se aproxima uma mulher para tirar água daquele poço, e Jesus passa a conversar com essa mulher, que fica impressionada com o fato de um judeu estar falando com ela, porque, afinal, judeus não falavam com samaritanos. Judeus se acreditavam “puros”, enquanto os samaritanos eram “profanos e idólatras”, então havia um desprezo muito grande por parte daqueles. Aquela mulher não entendeu quem Jesus era, e ela ficou incomodada com o fato de que um “soberbo e arrogante judeu” estava se dando ao trabalho de pedir água para ela, uma “desprezada pecadora samaritana”. Então, em princípio, ela trata Jesus com uma atitude um tanto quanto hostil, afinal, os judeus se julgavam tão melhores que os samaritanos. Era algo semelhante a um inimigo seu vir lhe pedir um favor... Quem de nós faria um favor ao seu inimigo? Quem de nós daria água àquele que costuma nos humilhar?
ENTRE JERUSALÉM E CAFARNAUM:
CAMINHO POR SAMARIA: 143 KM
CAMINHO PELO JORDÃO: 155 KM
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Até lá 😃
