ESSA É A PARTE 02 DA SÉRIE "A MAIS REJEITADA"
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A mulher samaritana, que tirava água sozinha do poço, ao meio dia (quando o sol já estava muito quente), fazia isso porque as outras mulheres da cidade não queriam a companhia dela enquanto estavam tirando água, pela manhã (quando o clima era mais fresco). Ela era vista como uma mulher desonrada e pecadora e, portanto, ninguém queria se juntar a ela.
Aquela mulher estava ali naquele momento porque, entre as mulheres da cidade desprezada, ela era a mais desprezada. Muitos estudiosos declaram que ela era uma prostituta, mas creio de forma diferente. Aquela mulher provavelmente procurava o amor que ela nunca tinha recebido em toda sua vida: o amor do pai dela. Ela procurava esse amor nos homens com quem se relacionava. A primeira vez que ela se casou, deveria estar realmente apaixonada, feliz porque finalmente, depois de anos lidando com um pai ausente (emocionalmente ou até fisicamente), ela seria amada de verdade. Alguém se importava com ela! Mas o tempo foi passando, e aquele homem que deveria cuidar dela, protegê-la, e principalmente amá-la, provavelmente a feriu. Feriu com suas palavras, com suas atitudes. Feriu sua confiança e sua autoestima. Matou seus sonhos, roubou a sua pureza, e destruiu sua alma. Não muito diferente do que muitas mulheres e homens sofrem até os dias de hoje, se relacionando com pessoas tóxicas, que abusam verbal, emocional e psicologicamente de seus cônjuges, tratando-os com violência, desprezo, humilhação e vergonha, esquecendo-se dos mandamentos que Jesus ensinou a respeito do casamento: sujeição da esposa ao marido, praticando o bem, sem dar lugar ao medo ("pois o perfeito amor lança fora todo o medo" – I João 4:18), e que o marido honre sua esposa, respeitando-a como parte mais frágil da relação, e amando-a da mesma maneira que Cristo ama a sua igreja (Efésios 5:22-28/I Pedro 3:1-7).
Todo mundo condenava aquela mulher que já tinha se casado cinco vezes, e agora estava morando com um homem sem sequer ter se casado com ele. Alguns acreditavam que ela era uma oportunista e aproveitadora, outros pensavam que ela era apenas uma mulher profana que deveria gostar de afrontar os mandamentos de Deus. Provavelmente alguns deles até a xingavam ou a humilhavam quando ela saia na rua. E como ela poderia explicar o que estava acontecendo dentro do seu coração? Talvez nem ela mesma soubesse, mas era tão difícil lidar com os julgamentos injustos das outras pessoas. Lá dentro dela havia uma ferida tão grande, que médico nenhum poderia curar, a não ser, é claro, Jesus. E quem diria: ali estava Ele, bem diante dela. Ele sabia que ela era desprezada. A mais desprezada entre todas. E Ele, em seu imenso amor, se dirigiu justamente a Samaria somente para curar a alma ferida daquela mulher.
